João Batista Silva
Textos
Destino da Mata



     Uma, duas, muitas árvores arrancadas e cortadas, serradas e queimadas. Lenhas, toras, carvão, tábuas, madeira e cinzas. Da tábua, o carro de boi, a mesa, a cadeira, o violão, móveis e telhados (engradamentos, ripas e caibros), portas e carrocerias dos grandes caminhões; a lenha transforma-se em carvão, também na cozinha serviu reis e rainhas, os povos das grandes e pequenas nações. O carvão que não pode faltar na indústria de fundição. Gerando energia e o calor na fonte de transformação. Cada árvore derrubada, a terra perde a sombra, o fruto, a flor, a folha. Cada ave perde seu ninho, os ninhos perdem os galhos, as lágrimas deslizando na terra nua, provocando erosões, rupturas dos leitos e cursos de águas nos acidentados ribeirões.

     E que lágrimas são essas? São chuvas desordenadas, às vezes extremamente abundantes para muitos, em diferentes regiões, e em tantos outros lugares faltando água para o consumo de primeira necessidade, gelo derretendo, inundando grandes cidades por este mundo afora, e o terrível calor provocando centenas de focos de queimadas em diversificadas partes do planeta Terra. É lastimável perceber que a natureza chora, pede socorro, grita, as árvores retorcem-se, arrancam galhos, raízes se arrebentam e o forte vento vai levando tudo, salpicando folhas. É preciso que o homem entenda que árvores do cerrado também são matas silvestres, produzem saborosos frutos e contribuem na alimentação de aves, animais e da população humana, inclusive na medicina alternativa. Devem ser lembradas e preservadas antes que seja tarde.

     Deve existir árvore de origem brasileira, que se plantada e cuidada em qualquer parte do território, cresça e possa ser explorada no mesmo tempo dos eucaliptos, nas mesmas proporções de rendimentos de madeira e lenha. O eucalipto é árvore! Árvore em que pássaros e animais não se sentem em seus habitats. O perfume característico deve ser repelente aos citados, e agradável ao ser humano (no sabor do mel, no aroma), como também deve influenciar suas profundas raízes no consumo abundante de águas e alteração do clima em determinadas circunstâncias, inclusive com a devastação em sua totalidade, é contra-indicada na retenção dos ventos e equilíbrios da natureza. É preciso intensificar estudos científicos e ambientais. Outro desastre é manter em atividades constantes centenas de pivores espalhados pelos planaltos e planícies, com irrigações diversas, sugando águas de córregos, rios, ou mesmo de poços artesianos.
 
21 de Novembro de 2014, às 11h.
João Batista Silva
Enviado por João Batista Silva em 18/12/2018
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